Feliz Ano Novo a todos, por Paulo de Freitas Mendonça
PARTINDO O TEMPO NO
MEIO
(Paulo de Freitas Mendonça)
Está partindo, já mouro
o
tal de dois mil e onze
que foi um ano de bronze
pro doze ser um de
ouro.
É uma briga de touro
partindo o tempo no meio –
- tempo lindo e
tempo feio
quando aproxima a passagem:
um abandona a pastagem,
outro é
dono do rodeio.
É também um contrapunto
dos pajadores do povo,
um
velhote eu um novo
pondo todo mundo junto,
cada qual com seu assunto
-
o ano que hora finda
e o que não veio ainda:
- um, desfecho da poesia
-
e o outro que principia
abre nova estrofe linda.
Contudo eles são
hermanos,
ano que vai e que vem.
é o melhor que o tempo tem,
pra
oferecer aos humanos
lado a lado, muitos anos
prometem
prosperidade
reunido a irmandade
ante aos ensinos cristãos
como família
de irmãos,
paz, amor e liberdade.
Uma visão de futuro
o novo ano
semeia
e o velho, à mesa ceia
em despedida, seguro.
Um sentimento tão
puro,
- o de comiseração -
afaga o coração
de quem deve à
consciência,
mas o vindouro é clemência
a quem conhece o perdão.
É
hora de esperança
de amor e de carinho
de ajudar no caminho
dando a mão
a uma criança.
Com trabalho se alcança
o sucesso material,
mas com amor
fratenal
é que a alma não se nega.
De olhos vendados se entrega
por
amor ao seu igual.
O trabalho enobrece
isto é uma grande verdade
no
entanto é de amizade
que o coração enriquece,
porque viver é uma
prece
que Jesus veio ensinar:
É hora de perdoar
e também
compreender
que melhor que receber
é dividir e doar.
Por isso eu
não me assusto
de ver dois touros peleando
de entrechoques,
disputando
o tempo a todo custo.
Até julgo muito justo
bem macanudo e
lindo,
pois encaro a tudo, rindo,
inda evitando falácias.
Ao ano velho,
mil gracias.
Ao ano novo, bem-vindo.
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